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Arte de cura fundamentada pelo médico alemão Samuel Hahnemann em 1796, a Homeopatia, utiliza como método terapêutico a cura pelo semelhante (do grego, homo: igual, semelhante; pathos: doença, moléstia). E possui 4 princípios fundamentais:
1. A cura pelo semelhante (já comentado);
2. Experimentação no homem são;
3. Doses infinitesimais;
4. Medicamento único.
Baseado neste princípios, tem-se que se uma dada substância, usualmente extraída da natureza, produz experimentando-a em uma pessoa sadia, se ela for susceptível, sinais e sintomas perceptíveis e portanto, uma “doença artificial”, a mesma substância será capaz de curar ou tratar um enfermo que apresente os mesmos sinais e sintomas (doença natural). Princípio tido como base na Grécia antiga, praticado inclusive por Hipócrates, o pai da Medicina Ocidental. Hahnemann em sua época, experimentou em si mesmo o quinino, e começou a apresentar febre intermitente, algo que acontece na malária. Posteriormente, o quinino mostrou-se bastante útil no tratamento desta doença por vários anos. O medicamento homeopático cria um estado de doença artificial no organismo, e este, possuindo um automatismo curador inato, reage em sentido contrário (e com mais intensidade), de modo a restabelecer a homeostase (o equilíbrio orgânico). E o medicamento homeopático pode ser extraído não somente do reino vegetal, como o quinino (extraído da casca da quina), mas também do reino animal e mineral. Hahnemann e vários homeopatas posteriormente experimentaram e descobriram o potencial curador de várias outras substâncias, incluindo aquelas aparentemente inertes, como o ouro ou a prata e até mesmo alguns venenos de alguns animais!
Até aí “tudo bem” (sic). A grande polêmica da Homeopatia consiste em usar as “doses infinitesimais”, onde se dilui sucessivamente a substância (medicamento) em veículos inertes como a água ou a lactose (as “potências homeopáticas”), despertando e amplificando seu potencial curador. A medicação perderia em “matéria” ponderável e ganharia de acordo com um maior número de diluições, maior “potencial energético”, uma espécie de “informação energética” específica, armazenada nos veículos inertes que induzirá o organismo ao reequilíbrio desejado. O medicamento homeopático agiria sobre a “energia vital” do paciente e esta, obedecendo ao automatismo inato mencionado, restabeleceria a cura. As diluições também ajudariam a contornar os potenciais tóxicos de alguns medicamentos, se utilizados em doses ponderáveis, como o arsênico ou alguns venenos extraídos de algumas serpentes. Por fim, baseado nos sinais e sintomas (totalidade sintomática) expostos pelo paciente, o homeopata escolheria o medicamento que “cubra” e contrabalanceie o maior número deles e/ou os mais significantes, tanto nos casos de doenças agudas quanto nos casos crônicos, sendo escolhido (usualmente) apenas 1 medicamento, baseado no ensino das escolas homeopáticas clássicas.
A Homeopatia é uma especialidade médica no Brasil desde 1980, sendo chancelada e reconhecida pelas principais entidades que representam a Medicina no país. A Homeopatia se faz presente também em vários países, sendo um destaque a Índia, onde existe por lá a profissão de “médico homeopata”, aprendida em cursos superiores específicos. De lá, vem vários homeopatas de renome que tem contribuído para o aprimoramento contínuo da técnica homeopática, de modo a torná-la mais assertiva, já que o repertório de medicamentos homeopáticos se encontra na casa dos milhares e o homem tem-se revelado cada vez mais complexo. A Homeopatia não se propõe como a “verdadeira” cura, mas como um método mais suave e duradouro para o restabelecimento dos doentes. Nem todos os enfermos são eletivos para se beneficiar dela, alguns infelizmente tendo que ainda ser vítimas das medicações cáusticas e corrosivas que geram uma gama de efeitos adversos, ou ainda vítimas da violência das punções das agulhas e da lâmina dos bisturis e outros instrumentais cirúrgicos. Podemos verificar que o tipo de paciente mais eletivo é aquele que se encontra mais “espiritualizado e pragmático”, em que seu organismo se encontra mais receptivo para receber uma medicina de fundo mais “energético” e “sutil”. Na visão homeopática, “doença” é uma perturbação da energia vital, causada por fatores físicos, mentais, espirituais e sociais, que acaba por reverberar e se “materializar” nos tecidos físicos, onde há maior susceptibilidade e predisposição energética e fisiopatológica. É provável que aquilo que os segmentos religiosos de base espiritista e espiritualista tem como explicação para a gênese das doenças, venha a fazer parte nas próximas décadas dos tratados e registros da medicina terrena, compreendendo finalmente a Ciência que o homem é muito mais do que os 5 sentidos podem aferir…
#Homeopatia
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