A Síndrome da Fragilidade (SF) um estado de excessiva vulnerabilidade associada a idade, com declínio das funções corporais como um todo. A SF pode levar a desfechos ruins, como quedas, incapacidade, hospitalização e mortalidade. Há uma disfunção metabólica, resultando em perda de peso, sarcopenia (ou obesidade sarcopênica), déficits cognitivos, redução da densidade mineral óssea, diminuição da massa e força muscular e intolerância ao esforço. Em sua fisiopatologia, a SF pode envolver fatores como: declínio hormonal, redução da vitamina D, resistência insulínica, inflamação crônica, disrupção endócrina, estresse oxidativo, disfunção metabólica e cardiovascular, deficiências nutricionais, disfunção mitocondrial e várias deficiências multissistêmicas subclínicas. É de conhecimento que a redução na testosterona está fortemente associado a estes eventos.
A reposição de testosterona (TRT) em idosos hipogonádicos (testosterona baixa) com fragilidade e redução da mobilidade, leva a melhora da composição corporal, com o aumento da massa muscular e redução da massa adiposa, resultando em melhoria da força muscular, autonomia dos pacientes e da qualidade de vida como um todo. A reposição de testosterona resulta na melhora da função muscular em vários testes como a dinamometria, rosca de bíceps, leg press, supino e até mesmo nos testes de subir escadas. A TRT leva também a melhora da densidade óssea e reduzindo a queda no idoso em até 78%, entre aqueles com os níveis de testosterona mais alto (no 4º quartil). A TRT leva ainda a melhora na função cognitiva, humor, função sexual e parâmetros de anemia. Está associada também a melhoria de disfunções metabólicas, como a resistência insulínica, metabolismo da glicose, dislipidemias e o Índice de Massa Corporal (IMC), reduzindo a hospitalização e a mortalidade.
É importante frisar que o declínio hormonal embora seja um fator extremamente forte ligado a SF, não é o único. A sua etifisiopatologia (causas) é complexa e multifatorial e caberá ao médico assistente o seu diagnóstico e tratamento em cada caso em particular.
Referências:
PMID: 21093718
https://doi.org/10.1159/000452499